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I Liga de futebol com recorde de trocas técnicas à 11.ª jornada

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A I Liga portuguesa de futebol tem contrariado a tendência europeia de estabilidade dos treinadores em 2024/25, ao contabilizar nove mudanças definitivas em 11 jornadas, um recorde entre as 25 edições iniciadas no século XXI.

Quase três meses e meio depois do início da prova, metade dos 18 clubes já trocou de treinador, a maioria devido a maus resultados ou divergências entre administração e equipa técnica, excetuando o caso peculiar do campeão nacional e líder invicto Sporting.

Os ‘leões’ aguardaram pela mais recente paragem do campeonato para os compromissos das seleções nacionais para consumar a saída de Ruben Amorim, que já tinha sido anunciada pelos ingleses do Manchester United em 01 de novembro, promovendo João Pereira da equipa B ‘leonina’, da Liga 3.

Amorim finalizou um trajeto de quatro anos e meio no Sporting, abrilhantado pelos títulos de campeão nacional em 2020/21 e 2023/24, tendo mesmo replicado esta temporada o melhor arranque de sempre do emblema de Alvalade numa edição da I Liga, ao atingir as mesmas 11 vitórias em outros tantos jogos de 1990/91, antes de rumar à Premier League.

Já Tozé Marreco protagonizou a primeira de nove mudanças técnicas de emblemas primodivisionários em 2024/25, ao deixar o Gil Vicente a apenas dois dias da estreia, sendo substituído de forma interina por Carlos Cunha, antes da entrada permanente de Bruno Pinheiro a partir da segunda jornada.

Tozé Marreco voltaria ao ativo logo após a sexta ronda, quando sucedeu a José Mota no Farense, um dos clubes que reagiu aos resultados desfavoráveis no início da época com mexidas no banco, tal como o Benfica, novamente comandado ao fim de quatro anos por Bruno Lage, campeão em 2018/19, face à saída na quarta jornada do alemão Roger Schmidt, vencedor em 2022/23.

Igual decisão tomaram o Sporting de Braga, com Carlos Carvalhal a encetar a terceira passagem pelo banco ‘arsenalista’, ao substituir Daniel Sousa depois da ronda inicial, o Arouca, com Vasco Seabra a render o uruguaio Gonzalo García à nona, ou o Estrela da Amadora, que abdicou de Filipe Martins à sexta jornada para apostar numa comissão técnica liderada pelo diretor desportivo José Faria.

O Rio Ave ficou sob alçada de Petit a seguir à 10.ª ronda, findando um ciclo iniciado com Luís Freire em 2021/22, enquanto o AVS trocou Vítor Campelos por Daniel Ramos na sexta-feira, antes da retoma competitiva na quarta eliminatória da Taça de Portugal.

A ‘avalancha’ de mudanças técnicas definitivas à 11.ª jornada já não era tão significativa desde 2009/10, quando Vitória de Setúbal, Naval 1.º de Maio, Marítimo, Académica, Vitória de Guimarães, Paços de Ferreira, União de Leiria e Sporting promoveram oito alterações.

No século XXI, nunca houve uma edição com menos de duas mexidas naquele total de rondas – mínimo observado em 2000/01, 2001/02, 2002/03, 2010/11, 2012/13, 2013/14, 2014/15 e 2018/19 -, tendo 2024/25 ditado mais três trocas face às seis do período homólogo da época passada.

As denominadas ‘chicotadas psicológicas’ têm rareado nos principais campeonatos europeus, com a I Liga portuguesa a somar quase tantas quanto as congéneres de Itália (quatro), Alemanha e França (ambas com duas) e Inglaterra e Espanha (uma em cada) juntas.

Alargando o espetro aos 20 países com melhor coeficiente no ranking da UEFA, Portugal é perseguido por Grécia e Turquia, ambas com oito mudanças de treinador ao fim de 11 e 12 jornadas, respetivamente, e só figura atrás da Sérvia, com 12 mexidas em 15 rondas.

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