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Detido no Algarve ex-diretor de Centro Niemeyer procurado por justiça espanhola

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O antigo diretor do Centro Niemeyer de Avilés (Astúrias, norte de Espanha) e escritor Natalio Grueso foi detido no Algarve, depois de mais de dois anos fugido às autoridades espanholas para não cumprir uma pena de prisão.

A detenção de Natalio Grueso, confirmada num comunicado conjunto da Polícia Judiciária portuguesa e da Guarda Civil espanhola, ocorreu no dia 04 de dezembro em Olhão e o escritor e gestor cultural deverá ser entregue às autoridades de Espanha na próxima segunda-feira, disse um dos advogados que o representa.

Natalio Grueso foi condenado em Espanha a oito anos de prisão por peculato (desvio de fundos públicos) e falsificação de documentos, devido a faturas de valor superior a 78 mil euros, durante o período em que dirigiu o Centro Niemeyer de Avilés.

Trata-se de um centro cultural doado pelo arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer às Astúrias, depois de ter recebido o prémio da Fundação Príncipe das Astúrias, em 1989.

O Centro Niemeyer de Avilés é a única obra do arquiteto brasileiro em Espanha e umas poucas que deixou na Europa, tendo o próprio dito que era a “obra mais importante e querida no exterior do Brasil”.

Natalio Grueso dirigiu o Centro Niemeyer entre 2006 e 2011 e foi também diretor do Teatro Español (Madrid) e diretor das Artes Cénicas do município de Madrid entre 2012 e 2014. Tem ainda vários livros publicados, incluindo obras de ficção e uma biografia do cineasta norte-americano Woody Allen, de quem diz ser amigo.

Segundo fontes policiais citadas hoje pela imprensa espanhola, o Algarve é um cenário presente em alguns dos livros que escreveu pelo que sempre houve a suspeita de que estaria nessa região depois de ter desaparecido de Espanha, onde era procurado pela justiça desde 2023, quando a sentença que o condenou transitou em julgado e se tornou definitiva.

A justiça espanhola tinha emitido um mandado de detenção internacional em fevereiro de 2024.

Segundo o comunicado divulgado pela Guarda Civil, Natalio Grueso “mantinha um perfil discreto” no Algarve, onde foi identificado por agentes espanhóis na ilha da Culatra.

Tentava “passar desapercebido entre a população local e o trânsito habitual de visitantes na zona para dificultar a sua localização”, lê-se no mesmo comunicado.

A Guarda Civil divulgou, com o comunicado, fotografias da detenção de Natalio Grueso e também do momento em que os agentes (à paisana) que o procuravam o identificaram e localizaram pela primeira vez, num café da ilha de Culatra, sentado numa mesa a tomar uma bebida e em frente de um computador.

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