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Bolsonaro classifica como absurdas penas de 17 anos a invasores dos três poderes

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O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro classificou hoje como absurdas as penas de 17 anos impostas a alguns dos invasores, há precisamente um ano, às sedes dos três poderes em Brasília.

Em entrevista à CNN Brasil, divulgada no dia em que o Brasil assinala um ano desde a tentativa de golpe de Estado, Jair Bolsonaro que “houve vandalismo, sim”.

“Alguns exagerados, mas não era para eles esse tipo de pena, 17 anos de cadeia”, defendeu.

“Nem traficante [está] pegando 17 anos de cadeia. Que absurdo é esse? Que democracia a gente vive? Vão ficar quietos até quando? Com essas decisões, jogaram um balde de água fria nos movimentos de rua”, sublinhou.

Até agora, o Supremo Tribunal Federal já condenou quase 30 pessoas pelos atos de 08 de janeiro de 2023 com penas que variam entre os três e os 17 anos de prisão.

Desde o dia dos atos antidemocráticos, mais de 1.800 pessoas foram presas e mais de uma centena permanecem detidas.

Jair Bolsonaro criticou ainda as investigações no Supremo tribunal que discutem a sua intervenção na tentativa de golpe de Estado.

“Esses inquéritos do Supremo têm que ter um ponto final”, frisou à CNN Brasil, criticando ainda os eventos organizados hoje tanto no Congresso como no Supremo tribunal para relembrar os ataques aos três poderes.

Os responsáveis máximos dos três poderes brasileiros demonstraram hoje união e frisaram que serão implacáveis com aqueles que procuraram fazer um golpe de Estado no país há precisamente um ano.

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Barroso, também na cerimónia institucional, chamada de “Democracia Inabalável”, no Congresso, liderada pelo Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, para assinalar um ano da tentativa de golpe de Estado, que reuniu autoridades de todos os poderes, governadores, ministros e representantes da sociedade civil, sublinhou: “não passaram e não passarão”.

Referindo-se ao ataque sem precedentes às instituições democráticas brasileiras com milhares de radicais a exigirem um golpe de Estado contra um Presidente que tinha tomado posse no início do ano, Luís Barroso frisou que este ataque “não foi um ato isolado”, foi sim “um ataque meticulosamente preparado”.

“O dia da infâmia foi precedido de anos de ataques às instituições, ofensas aos seus integrantes” e de “disseminação do ódio e desinformação”, afirmou o presidente do STF.

Apelidando os radicais de “aprendizes de terroristas”, Luís Barroso frisou que estes não conseguiram estragar a “harmonia entre os poderes” e que “as instituições venceram”.

Também Lula da Silva garantiu que todos os envolvidos neste ato devem ser “exemplarmente punidos”.

“Todos aqueles que financiaram, planearam e executaram a tentativa de golpe devem ser exemplarmente punidos. Não há perdão para quem atenta contra a democracia, contra o seu país e contra o seu próprio povo. O perdão soaria como impunidade”, afirmou o chefe de Estado brasileiro.

No seu discurso neste evento na sede do Congresso, no qual as autoridades dos três poderes defenderam a democracia, Lula da Silva teceu ainda duros ataques ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro afirmando que, caso os extremistas tivessem conseguido implementar o golpe de Estado, vários responsáveis do Estado “poderiam ser enforcados ou fuzilados em praça pública”.

Isto “a julgar pelo que o ex-presidente golpista pregou em campanha e os seus seguidores tramavam nas redes sociais”, justificou, acrescentando que a sociedade brasileira conseguiu dizer “não ao fascismo”.

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